Uma descoberta recente na ilha de Maiorca, na Espanha, revelou o fóssil de um gorgonopsiano, o predador com dentes de sabre mais antigo já encontrado. Este animal, que viveu entre 280 e 270 milhões de anos atrás, pertence a um grupo de predadores carnívoros que dominaram a Terra muito antes dos dinossauros. O fóssil recém-descrito, composto por caninos em forma de faca, partes da mandíbula, vértebras e ossos dos membros, tem grande importância para a paleontologia, pois preenche uma lacuna significativa na história dos terapsídeos, grupo ancestral dos mamíferos.
Os gorgonopsianos eram animais esbeltos e quadrúpedes, mas se distinguiam de répteis como os lagartos por estarem mais próximos dos mamíferos em termos evolutivos. Apesar de compartilharem algumas características dentárias com mamíferos modernos, como a variedade de formas e funções dos dentes, esses animais substituíam seus dentes com maior frequência ao longo da vida. A descoberta é considerada crucial, pois ajuda a esclarecer a evolução dos terapsídeos durante o início do Período Permiano, especialmente no que diz respeito à ancestralidade dos mamíferos.
O fóssil foi encontrado em uma área de Maiorca, que, no período Permiano, estava localizada na zona equatorial do supercontinente Pangeia, o que sugeriu a possibilidade de eventos importantes na evolução dos mamíferos terem ocorrido em regiões tropicais, anteriormente pouco exploradas pelos paleontólogos. A localização e a antiguidade do fóssil podem indicar que futuras descobertas de terapsídeos ocorram em novas áreas, ajudando a preencher lacunas no registro fóssil e proporcionando um melhor entendimento da história da vida na Terra.