Em 5 de dezembro de 2024, forças rebeldes tomaram Hama, a quarta maior cidade da Síria, e avançaram para um ponto a 200 quilômetros de Damasco. O líder do grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que comanda a ofensiva, pediu que os insurgentes prosseguissem em direção a outras áreas do país, incluindo a capital síria. Este avanço inesperado alterou as linhas de frente da guerra civil pela primeira vez em vários anos, aumentando a imprevisibilidade do conflito.
Hama era uma das poucas grandes cidades que ainda não estavam sob o controle dos rebeldes desde o início da guerra em 2011. O progresso dos insurgentes foi atribuído ao desgaste das forças leais ao governo, além das distrações enfrentadas por seus aliados internacionais, como a Rússia e o Hezbollah, envolvidos em crises externas. A coalizão rebelde inclui grupos dissidentes da Al-Qaeda, aliados à Turquia, além de outros com interesses diversos na região.
O HTS vinha se preparando para essa ofensiva, utilizando sua posição na província de Idlib, que faz fronteira com a Turquia, para gerar recursos e financiar suas operações. A queda de Hama foi confirmada pelo Exército sírio, que afirmou ter lutado contra os rebeldes, mas se retirado para evitar confrontos dentro da cidade que poderiam colocar em risco a vida de civis. Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, os rebeldes tomaram importantes instalações, incluindo uma base aérea e uma prisão, de onde libertaram centenas de detidos.