O Ibovespa teve um desempenho positivo na terça-feira, 3 de dezembro, impulsionado pela valorização das commodities, como o petróleo e o minério de ferro, que registraram avanços significativos na China. Contudo, a alta do índice foi limitada pelas incertezas fiscais no Brasil e pela pressão externa dos mercados de ações norte-americanos, que indicavam um viés de baixa. A divulgação do PIB do terceiro trimestre, que apresentou um crescimento de 0,9% em relação ao segundo trimestre e 4,0% em relação ao mesmo período do ano anterior, trouxe alívio, mas também reforçou preocupações com os elevados gastos públicos e a pressão sobre a política monetária.
O crescimento do PIB foi interpretado como positivo, mas foi fortemente influenciado por gastos do governo, o que gerou cautela entre investidores. A alta da inflação, com o IPC-Fipe atingindo 1,17%, também contribuiu para um cenário de incertezas econômicas, levando a revisões nas projeções de crescimento e inflação. Além disso, a expectativa de que o Banco Central mantenha a taxa de juros elevada diante dos desafios fiscais e da pressão inflacionária gerou previsões de mais aumentos na taxa Selic, afetando as perspectivas para o mercado de ações e os lucros das empresas.
Apesar das incertezas internas, as bolsas europeias e a maioria dos mercados asiáticos fecharam em alta, refletindo o otimismo global sobre o crescimento das commodities e as políticas de apoio econômico implementadas pela China. No Brasil, o mercado observa atentamente os desdobramentos da política fiscal, especialmente após a apresentação de um pacote de contenção de gastos. O Ibovespa teve um fechamento negativo de 0,34% no dia anterior, mas na manhã seguinte registrava leve alta, com ações de consumo mostrando algum otimismo, apesar do cenário desafiador.