O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, reafirmou em visita a São Paulo a promessa do governo de Javier Milei de eliminar o controle cambial (conhecido como “cepo”) até 2025. O cepo limita a compra de dólares e outras moedas estrangeiras, sendo uma medida criada para conter a fuga de capital e proteger as reservas do Banco Central argentino. Durante encontro com empresários brasileiros na Fiesp, Caputo não estabeleceu um prazo exato, mas garantiu que as condições para a liberação das restrições estão em andamento, incluindo a redução da inflação e a acumulação de reservas. A medida é vista como essencial para atrair investimentos estrangeiros, especialmente no setor de energia, área estratégica para a Argentina.
Entretanto, o fim do controle cambial se tornou uma questão central para investidores, especialmente no Brasil, principal parceiro comercial da Argentina. O presidente da Fiesp, Josué Gomes, cobrou uma data para o fim das restrições, que são vistas como um obstáculo para o comércio e o investimento. Desde a crise econômica de 2011, o controle de câmbio tem distorcido o mercado, levando ao surgimento de câmbios paralelos e dificultando a importação de produtos. Caputo reconheceu a importância de resolver essa distorção, mas afirmou que o governo argentino pretende proceder com cautela para evitar instabilidade econômica.
Além disso, Caputo destacou os avanços econômicos da administração de Milei, como a redução da inflação e o superávit fiscal após anos de déficit. O ministro também mencionou o tratado Mercosul-União Europeia, enfatizando a flexibilidade do bloco para acordos bilaterais, o que é uma posição defendida pelo governo argentino e também por outros países, como o Uruguai. A política econômica de choque tem gerado resultados mistos, com melhorias fiscais, mas também aumento da pobreza, o que reflete os desafios internos da Argentina. O fim do controle cambial é, portanto, uma das apostas do governo para restaurar a confiança e incentivar o crescimento econômico.