A promessa de Javier Milei de acabar com o controle cambial (o “cepo”) na Argentina foi o principal tema de discussão entre empresários brasileiros e o ministro da Economia argentino, Luis Caputo, durante evento na Fiesp, em São Paulo. Caputo reiterou que as restrições seriam levantadas em 2025, mas sem definir um prazo exato, enfatizando a necessidade de condições econômicas estáveis para evitar um impacto negativo na economia do país. A medida foi adiada após o governo perceber as complexidades de sua implementação, especialmente devido à inflação e à escassez de reservas no Banco Central argentino.
Em sua visita ao Brasil, Caputo também procurou atrair investimentos estrangeiros, destacando oportunidades no setor energético, como a exportação de gás de Vaca Muerta. Ele exaltou a política fiscal adotada pelo governo de Milei, que resultou em uma redução da inflação mensal, embora tenha gerado um aumento da pobreza. O governo argentino comemora o superávit fiscal pelo décimo mês consecutivo, mas enfrenta desafios econômicos, incluindo uma taxa de inflação anual de 193% e a desvalorização da moeda.
Além das questões econômicas, Caputo discutiu o futuro do Mercosul e da relação com a União Europeia, defendendo maior flexibilidade para os países do bloco negociarem acordos bilaterais. A Argentina também se comprometeu a apoiar as negociações lideradas pelo Brasil, mas o governo de Milei mantém a posição de permitir que os países do Mercosul conduzam suas próprias tratativas, especialmente após os recentes posicionamentos de outros membros, como o Uruguai. A agenda de liberalização econômica da Argentina segue como uma promessa central da administração de Milei.