O fim do ano é um período marcado por uma reflexão sobre o que foi realizado, mas também pode trazer à tona sentimentos de frustração e decepção, especialmente quando as expectativas não são atendidas. No Brasil, que ocupa o quarto lugar entre os países mais estressados do mundo, segundo o relatório global de 2024, muitas pessoas enfrentam aumento do estresse e da ansiedade durante esse período. A pressão por confraternizações e a cobrança por realizações podem agravar esses sentimentos, resultando em um fenômeno chamado “Dezembrite”, uma síndrome que reflete essa sobrecarga emocional de fim de ano.
A psicóloga Jacqueline Sampaio, especialista em burnout, explica que essas crises surgem quando há um descompasso entre as expectativas irreais e a capacidade real de realização do indivíduo. Segundo a especialista, reconhecer os próprios limites e valorizar os passos já dados são essenciais para restaurar a harmonia entre o ser e o fazer. Sampaio também alerta que tentar abarcar muitas metas de uma vez pode levar à frustração, pois o foco disperso impede a realização plena de qualquer objetivo.
A crescente preocupação com a saúde mental é um reflexo de mudanças na sociedade, com um aumento significativo nas pessoas que apontam o tema como uma prioridade. O relatório de 2024 revela que mais da metade da população global já considera a saúde mental como um problema central. Para lidar com essa questão, Sampaio sugere práticas como priorizar o que realmente importa, estabelecer metas de curto e longo prazo, deixar espaço para imprevistos, celebrar pequenas vitórias e revisar regularmente os objetivos, o que pode ajudar a reduzir o estresse e melhorar o planejamento para o ano seguinte.