As festas de fim de ano, embora sejam momentos de confraternização e celebração, podem ser desafiadoras para muitas famílias atípicas, especialmente aquelas com membros que possuem condições como autismo ou hipersensibilidade sensorial. Esses indivíduos podem ser afetados pelos diversos estímulos presentes nesse período, como sons altos, luzes piscantes e cheiros fortes. Para tornar essas celebrações mais acolhedoras e inclusivas, a psicóloga especializada em terapias sensoriais, Mariana Bonnás, destaca a importância de adaptar o ambiente às necessidades específicas de cada pessoa, respeitando suas rotinas e oferecendo um espaço confortável para todos os convidados.
A especialista recomenda algumas adaptações práticas, como o uso de iluminação suave e fixa, evitando luzes piscantes que podem ser desconfortáveis para algumas pessoas. Também sugere a escolha de decoração tátil, feita de materiais como feltro e madeira, que proporcionam uma experiência mais agradável ao toque. Cores suaves e harmoniosas, aromas leves e uma organização cuidadosa do espaço, com a redução de poluição visual, são outras estratégias para garantir um ambiente mais tranquilo. Além disso, é fundamental que os anfitriões se comuniquem com as famílias para entender as necessidades alimentares e sensoriais dos convidados, sendo flexíveis quanto aos horários e atividades durante as celebrações.
Para muitas famílias, como a de Caio Henrique, que tem 15 anos e foi diagnosticado com autismo, a previsibilidade nas festas de fim de ano é essencial. A mãe de Caio, Camila, preparou-se para as dificuldades iniciais relacionadas às suas necessidades sensoriais, como a seletividade alimentar e a sensibilidade aos sons, adaptando os pratos e utilizando fones de ouvido para reduzir o impacto do ambiente. Para Caio, a certeza de que estará com pessoas conhecidas e terá os alimentos que já costuma comer traz mais conforto. Esse tipo de preparação permite que as famílias atípicas participem das celebrações de forma mais tranquila e prazerosa.