O Federal Reserve (Fed) realizará nesta quarta-feira (18) sua última decisão de política monetária de 2024, após reuniões entre os dias 17 e 18. Segundo o economista Francisco Nobre, o encontro pode impactar os mercados globais, assim como ocorreu no ano passado, quando a sinalização de cortes nos juros impulsionou bolsas e valorizou moedas ao redor do mundo, inclusive no Brasil. Desta vez, porém, a expectativa é de um corte já previsto de 0,25 ponto percentual, o que confirmaria a trajetória de flexibilização de 1 ponto percentual indicada em setembro.
Apesar dessa expectativa, o cenário econômico global e americano aponta para uma postura mais cautelosa. A inflação nos Estados Unidos recuou, mas ainda não atingiu a meta, enquanto a atividade econômica segue resiliente, impulsionada por um consumo robusto e um mercado de trabalho apertado. Esse quadro adiciona pressões inflacionárias e limita o espaço para novos cortes significativos nos juros. Segundo Nobre, os riscos estão mais inclinados para uma política monetária “hawkish”, ou seja, menos flexível em 2025.
Outro fator que adiciona incerteza é a posse de Donald Trump em janeiro como presidente dos Estados Unidos. As direções da política fiscal sob a nova gestão permanecem indefinidas e podem influenciar as futuras decisões do Fed. Nesse contexto, a autoridade monetária americana deve adotar um tom prudente, sinalizando a intenção de observar os movimentos econômicos e fiscais antes de agir em relação aos juros no próximo ano.