Há um ano e nove meses, a família de uma jovem de 31 anos aguarda respostas sobre as causas que levaram a estudante de medicina a entrar em estado vegetativo após uma cirurgia ortognática, realizada em Juiz de Fora. O procedimento, indicado para corrigir alterações no crescimento dos maxilares, resultou em complicações graves, incluindo uma parada cardiorrespiratória, que foi notada imediatamente após a cirurgia, quando a jovem ainda se encontrava na maca. Desde então, os familiares têm se dedicado ao tratamento da jovem, enfrentando dificuldades tanto financeiras quanto emocionais, enquanto aguardam uma decisão judicial sobre o tratamento de neuromodulação necessário para sua recuperação.
A família, liderada pelo pai da jovem, tem se concentrado na assistência multidisciplinar diária e na busca por momentos que tragam algum conforto à jovem. Embora o Natal do ano passado tenha sido marcado pela internação e pela falta de celebração, neste ano, a expectativa é de uma comemoração mais restrita, mas significativa, com a esperança de proporcionar à filha pequenos momentos de alegria. A jovem, que antes da cirurgia estava em plena formação acadêmica, tem recebido cuidados intensivos, e seus parentes ressaltam o valor das interações com amigos e familiares, que têm gerado reações de felicidade, como sorrisos ocasionais.
O caso, que envolve a Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora e profissionais de saúde, está sendo investigado pelo Ministério Público, que abriu um inquérito para apurar as circunstâncias da parada cardiorrespiratória e as falhas no monitoramento da paciente. Além disso, a família busca garantir judicialmente o acesso a tratamentos de neuromodulação, uma terapia cara, que envolve estimulação elétrica cerebral e outras técnicas de reabilitação, como fisioterapia e fonoterapia. O custo anual desse tratamento é de aproximadamente R$ 400 mil, valor que a família não tem condições de arcar sem apoio judicial.