Uma pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CNM) revelou a falta de vacinas do calendário básico de imunização em 65,8% dos municípios analisados, abrangendo doenças como catapora, covid-19 e coqueluche. O levantamento, realizado entre 29 de novembro e 12 de dezembro, destacou que a vacina contra catapora foi a mais ausente, com relatos de falta em 52,4% das cidades pesquisadas. O Ministério da Saúde reconheceu dificuldades pontuais devido à escassez global de matéria-prima, mas assegurou que todas as doses necessárias foram adquiridas para 2025. A pasta ainda destacou sua capacidade de atender à demanda estadual, apesar das queixas locais.
Além da catapora, a vacina contra covid-19 em adultos foi a segunda mais ausente, com indisponibilidade relatada em 25,4% dos municípios, que ficaram, em média, 45 dias sem o imunizante. Durante esse período, houve um aumento significativo nos casos da doença, com alta de 60% nas notificações na primeira semana de dezembro. Outra preocupação é a vacina tríplice contra coqueluche, difteria e tétano, cuja ausência foi relatada em 18% das cidades pesquisadas, coincidindo com um aumento de 2.000% nos casos de coqueluche em 2024 em relação ao ano anterior, principalmente no Paraná.
Estados como Santa Catarina, Ceará e Espírito Santo estão entre os mais afetados pela escassez de vacinas, com mais de 80% dos municípios relatando problemas de abastecimento. Apesar disso, o Ministério da Saúde afirma que o sistema de distribuição é transparente e que os estoques atuais garantem atendimento pelos próximos seis meses. A pasta também destacou ações como campanhas de multivacinação que têm contribuído para o aumento das coberturas vacinais desde 2023.