Após um ano de crescimento acima das expectativas, a construção civil brasileira deve continuar sua trajetória de expansão em 2024, embora em um ritmo mais moderado. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) prevê um aumento de 4,1% no PIB do setor em 2024, com uma desaceleração para 2,3% em 2025. Embora a redução do ritmo seja evidente, os principais indicadores do setor continuam positivos, especialmente no mercado residencial, com o programa Minha Casa Minha Vida mantendo a demanda aquecida.
A desaceleração econômica esperada para 2025 será impactada pela inflação persistente, pelo ciclo de alta da taxa Selic e pelo aumento nos custos de mão de obra e materiais de construção. O aumento da taxa de juros, que pode alcançar 14,25% ao ano, preocupa especialistas, pois deve reduzir a disponibilidade de crédito e dificultar financiamentos imobiliários. Além disso, o setor de obras privadas continuará sendo impulsionado por investimentos já contratados, principalmente em infraestrutura e saneamento, como os planos de expansão da Sabesp.
Apesar do cenário desafiador para 2025, o setor deve se beneficiar de projetos em andamento e de obras contratadas, como no caso da infraestrutura. No entanto, a pressão dos custos elevados e a possível retração no consumo de materiais pelas famílias, devido ao encarecimento do crédito, representam desafios para a construção civil nos próximos anos. A falta de recursos no sistema bancário e o aumento nos custos de financiamento devem reduzir o volume de crédito imobiliário disponível, limitando o crescimento do setor no médio prazo.