A última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em 2024 atrai grande atenção devido à instabilidade nas expectativas do mercado financeiro, após o governo federal apresentar um pacote de corte de gastos. Há consenso de que a taxa Selic será elevada, mas o percentual exato do ajuste ainda divide opiniões. Pesquisa realizada pela XP com gestores de fundos indica que a maioria espera um aumento de 0,75 ponto percentual, enquanto outros projetam elevações de 0,50 ou 1,00 ponto percentual.
O cenário econômico atual sugere que o Banco Central poderá adotar uma postura mais firme para conter a deterioração das perspectivas de câmbio, inflação e juros futuros. Relatórios recentes apontam que as projeções de inflação para 2024 e 2025 estão acima da meta de tolerância, e o câmbio registra alta significativa. Por isso, a XP avalia que um aumento de 1,00 ponto percentual na Selic ajudaria a estabilizar os ativos financeiros e reforçar o compromisso com o controle inflacionário.
O sentimento do mercado em relação à economia brasileira é predominantemente negativo, com 66% dos gestores macro expressando perspectivas desfavoráveis. A aposta majoritária é na valorização do dólar e na depreciação do real, enquanto o interesse em ações brasileiras segue baixo. Esse cenário contrasta com o otimismo registrado no início do ano, refletindo as incertezas crescentes em relação ao desempenho econômico do país.