Bashar Al-Assad, ex-presidente da Síria, fez sua primeira declaração pública desde que foi forçado a fugir do país após o avanço dos rebeldes. Ele revelou que a saída de Damasco, em 8 de dezembro, não havia sido planejada, e que a decisão de abandonar a capital foi tomada devido à intensificação dos confrontos. Assad afirmou que se refugiou em uma base militar em Latakia, controlada pela Rússia, para acompanhar os combates, mas que, com o avanço dos rebeldes, a base começou a ser atacada com drones. Segundo ele, Moscou teria solicitado sua retirada imediata para a Rússia, o que, em sua versão, não foi uma fuga planejada ou uma tentativa de buscar refúgio.
Enquanto isso, Mohammad al-Jolani, líder do grupo rebelde que tomou o controle de Damasco, pediu que países ocidentais não classifiquem seu movimento como terrorista e permitam o envio de recursos para a reconstrução da Síria. O conflito sírio, ainda repleto de incertezas políticas e militares, levou Israel a intensificar suas operações na região. Recentemente, o país realizou ataques aéreos em depósitos de mísseis na Síria, justificando-os como uma forma de evitar que armas caíssem em mãos extremistas. Esses bombardeios foram os mais pesados na região costeira desde 2012, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.
O destino da Síria continua a ser um tema central no cenário internacional. Além dos conflitos internos, a política de assentamentos nas Colinas de Golã tem gerado tensões. O governo de Israel anunciou novos planos para expandir os assentamentos na região, o que foi amplamente condenado por vários países, incluindo a Turquia, o Catar, a Arábia Saudita e até a Alemanha. Desde 1967, Israel ocupa as Colinas de Golã, um território disputado, e sua decisão de aumentar a presença israelense na área tem gerado um debate acirrado sobre as repercussões geopolíticas dessa medida.