Três ex-policiais rodoviários federais foram condenados por sua participação na morte de um homem, em maio de 2022, durante uma abordagem em Sergipe. A vítima foi asfixiada após ser trancada no porta-malas de uma viatura, onde foi exposta a gás lacrimogêneo. Os réus receberam penas que variam de 23 a 28 anos de prisão, sendo acusados de tortura seguida de morte e homicídio culposo. A sentença não trouxe alívio para a família da vítima, que expressou que a condenação não trouxe felicidade, embora considerasse o resultado satisfatório. O caso ganhou repercussão internacional devido à brutalidade da abordagem.
O incidente ocorreu quando a vítima, diagnosticada com esquizofrenia, foi parada por pilotar uma motocicleta sem capacete. A perícia revelou que, após ser colocado no porta-malas da viatura, o homem foi exposto a gases tóxicos por mais de 11 minutos, o que causou o colapso de seus pulmões e levou à sua morte. Durante o julgamento, testemunhas e peritos confirmaram o uso excessivo de força, com a aplicação de spray de pimenta e o lançamento de uma granada de gás lacrimogêneo no compartimento onde a vítima estava confinada.
Além das condenações criminais, a Justiça determinou que a União pague indenizações aos familiares da vítima. O julgamento, que durou 12 dias, incluiu diversas testemunhas, como familiares e peritos, que forneceram detalhes sobre os procedimentos realizados durante a abordagem. O caso gerou comoção social e internacional, e instituições como a ONU cobraram uma investigação rigorosa, destacando as implicações de abuso de poder por parte das autoridades policiais.