Após mais de dois anos de espera, a Justiça condenou três ex-policiais rodoviários federais pela morte de um homem, ocorrida em maio de 2022, durante uma abordagem de rotina. O caso teve grande repercussão após testemunhas registrarem o momento em que a vítima, que sofria de esquizofrenia, foi submetida a maus-tratos pelos agentes, culminando em sua morte. Um dos ex-policiais foi condenado a 28 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado, enquanto os outros dois receberam penas de 23 anos e um mês por homicídio culposo e tortura. O tribunal reconheceu que a vítima não teve chances de defesa e que o motivo para a ação foi considerado fútil.
A abordagem ocorreu quando a vítima foi parada por pilotar sem capacete, momento em que foi agredida com spray de pimenta e depois forçada a entrar no porta-malas da viatura. Lá, um dos agentes utilizou gás lacrimogêneo, o que levou à asfixia da vítima. A perícia concluiu que ele ficou inalando os gases tóxicos por 11 minutos e 27 segundos, o que foi fatal. As defesas dos réus anunciararam que recorrerão da sentença, mas o julgamento trouxe alívio para a família da vítima, que aguardava uma resposta judicial desde o ocorrido.
Os três ex-agentes haviam sido demitidos da Polícia Rodoviária Federal antes do julgamento. O caso destacou a gravidade da abordagem policial e a importância de garantir que atos de violência não fiquem impunes. Para a família da vítima, a condenação representa um passo na busca por justiça, embora a perda continue sendo uma dor difícil de superar. A condenação também serve como um alerta sobre a necessidade de maior responsabilidade e controle nas ações de agentes de segurança pública.