O ex-ministro de governo e general da reserva Walter Braga Netto foi preso pela Polícia Federal no sábado (14), no âmbito de uma operação investigativa sobre um plano de golpe de Estado que visava manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder após as eleições de 2022. A prisão ocorreu após o general retornar ao Rio de Janeiro na sexta-feira (13), e teve como objetivo evitar qualquer interferência nas investigações em andamento. Braga Netto é apontado como um dos principais articuladores desse suposto plano, com investigações sugerindo sua participação em ações de obstrução da apuração.
De acordo com as investigações, o ex-ministro teria tentado acessar dados sigilosos da delação do ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, o que foi considerado um dos fatores determinantes para a prisão. Cid afirmou em depoimento que Braga Netto teria procurado seu pai para obter informações confidenciais relacionadas à colaboração premiada. Além disso, há relatos de que o ex-ministro estaria envolvido em uma trama para financiar ações violentas, incluindo um plano para assassinar autoridades do governo e do Supremo Tribunal Federal.
O ex-ministro será mantido detido no Comando da 1ª Divisão de Exército, uma instalação militar que ele comandou no passado. O Exército tem colaborado com as investigações, que continuam a apurar o suposto envolvimento de outras figuras na trama. A Procuradoria-Geral da República (PGR) argumenta que a prisão preventiva é necessária para garantir a continuidade da instrução criminal e evitar novos crimes ou tentativas de obstrução da Justiça.