O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, prestou um novo depoimento à Polícia Federal (PF) na última quinta-feira (5). A oitiva, que durou cerca de duas horas, foi conduzida com o intuito de preencher algumas lacunas em investigações sobre um possível plano para atacar autoridades. Embora a colaboração de Cid tenha sido vista como um esclarecimento adicional, não é considerada a chave para o caso, já que as investigações já tinham reunido informações substanciais. A decisão de ouvir o ex-ajudante de ordens novamente ocorreu após declarações controversas de seu advogado, que inicialmente afirmou que Bolsonaro teria conhecimento do plano de assassinato de autoridades, mas depois recuou durante a entrevista.
A delação de Cid foi vista como uma colaboração parcial, já que ele entregou informações que a PF já suspeitava, mas não revelou detalhes cruciais sobre os envolvidos na tentativa de golpe de Estado. Investigadores acreditam que Cid ainda retém informações significativas, e sua situação pode se complicar caso seja constatado que omitiu fatos relevantes. Por sua parte, ele deve cumprir o acordo de delação, o que implica revelar todos os detalhes que conhece, sob pena de agravamento de sua pena.
Este novo depoimento reforça a impressão de que Cid tem prestado informações de maneira gradual, e que ainda há questões não esclarecidas. Com o avanço das investigações, a PF e a Procuradoria-Geral da República podem avaliar se o ex-ajudante de ordens está cumprindo adequadamente sua colaboração, o que poderá influenciar diretamente na sua situação legal. Cid já foi ouvido mais de dez vezes durante a apuração de diversas irregularidades associadas à gestão do ex-presidente.