De janeiro a novembro de 2024, Roraima registrou 675 casos de estupro de vulnerável, marcando um aumento de 7,65% em relação ao ano anterior. Este tipo de crime, que envolve vítimas menores de 14 anos ou incapazes de consentir, tem se mostrado alarmante no estado, que já apresentava números preocupantes nos últimos anos. Entre os casos, destacam-se aqueles cometidos por familiares próximos, como pais e tios, o que dificulta a denúncia por parte das vítimas devido ao medo e à convivência com os agressores. A violência também ocorre em locais onde as vítimas deveriam se sentir seguras, como escolas.
A crescente onda de violência tem gerado marcas profundas no desenvolvimento das vítimas, afetando sua autoestima e saúde mental. Especialistas apontam que muitos sobreviventes carregam traumas que podem afetar suas relações e bem-estar por toda a vida. Além disso, a situação é agravada pela cultura patriarcal e pela falta de educação sobre o respeito ao corpo e aos direitos das crianças e mulheres, o que contribui para a normalização do abuso em algumas situações. O papel da escola e da comunidade é destacado como essencial na identificação e prevenção desses crimes.
O aumento nas denúncias reflete, em parte, a maior conscientização sobre o problema, mas também indica a necessidade urgente de reeducação social. Para especialistas, a solução não está apenas em um reforço nas medidas de segurança, mas em um processo de transformação cultural que envolva toda a sociedade. A denúncia continua sendo a principal ferramenta para combater os abusos, e autoridades alertam para a importância de denunciar qualquer caso de violência sexual, seja por meio de delegacias ou linhas de ajuda como o Disque 100.