Um estudo recente revela que as terras indígenas da Amazônia são fundamentais para a economia brasileira, especialmente para o setor agropecuário. De acordo com a pesquisa, 80% das áreas produtivas do país dependem diretamente da umidade gerada nessas regiões para a formação de chuvas. Esse fenômeno é crucial, pois a água das terras indígenas é transportada por ventos conhecidos como “rios voadores”, abastecendo a agricultura em 18 estados e no Distrito Federal, impactando áreas-chave da produção agropecuária, como soja e milho.
Apesar de sua importância, as terras indígenas enfrentam uma crescente ameaça devido ao desmatamento ilegal, impulsionado principalmente pela expansão do agronegócio. Estados como Rondônia e Mato Grosso, que dependem da umidade das terras indígenas para suas produções, são também alguns dos maiores responsáveis pela degradação ambiental na Amazônia. Esse cenário compromete a segurança hídrica e coloca em risco a economia nacional, que já sofre com as consequências da seca extrema, a maior da história recente do Brasil.
O estudo reforça a conexão direta entre a preservação das terras indígenas e a estabilidade do setor agropecuário, que responde por cerca de 22% do PIB brasileiro. Com as mudanças climáticas e a escassez de água afetando a produção, a proteção desses territórios é vista como uma medida essencial para garantir a continuidade da produção agrícola e a segurança alimentar no país, além de mitigar os prejuízos econômicos causados pela seca.