O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) esclareceu que o déficit de R$ 6,04 bilhões registrado pelas empresas estatais federais de janeiro a novembro deste ano, conforme apuração do Banco Central, não indica necessariamente prejuízo. Segundo a pasta, nove das 13 estatais analisadas apresentam lucro operacional quando avaliadas pela contabilidade empresarial, que diferencia investimentos de despesas correntes. A ministra responsável destacou que o déficit contábil público reflete o uso de recursos para investimentos e amortizações ao longo do tempo, sem impactar diretamente o caixa das empresas.
A análise do Banco Central considera apenas receitas e despesas realizadas no ano, excluindo fatores como aportes anteriores do Tesouro Nacional, que inflaram resultados de exercícios passados. A reorientação do atual governo retirou algumas estatais do Plano Nacional de Desestatização, permitindo que elas retomassem investimentos, resultando em déficits contábeis de curto prazo. Entretanto, tais movimentações são vistas como necessárias para o fortalecimento operacional das empresas e sua sustentabilidade a longo prazo.
O ministério reforçou que monitora atentamente a saúde financeira das estatais e busca maior transparência ao divulgar simultaneamente os dados contábeis empresariais e públicos. Recentemente, foi instituído um decreto para reduzir a dependência financeira de algumas empresas junto ao governo federal, visando maior equilíbrio e autonomia no uso de recursos e investimentos futuros.