O desempenho das estatais federais em 2023 registrou um rombo de R$ 6 bilhões até novembro, o pior desde 2009, segundo os dados divulgados pelo Banco Central. O resultado negativo reflete uma série de desafios enfrentados por essas empresas, que atuam em setores como infraestrutura e telecomunicações. Em novembro, o déficit foi de R$ 1,6 bilhão. A situação reflete a utilização de recursos em caixa, provenientes de investimentos feitos anteriormente, e não necessariamente prejuízos operacionais, conforme explicações do governo.
Apesar do contexto de déficit, o governo defende que os investimentos realizados pelas estatais em 2023 e 2024, especialmente em infraestrutura, são os principais responsáveis pelos números negativos. A ministra da Gestão, Esther Dweck, explicou que esses investimentos geraram um déficit contábil, mas não indicam perdas reais para as empresas. Além disso, especialistas apontam que a gestão política dessas empresas também contribui para a deterioração dos resultados financeiros, destacando a falta de flexibilidade e competitividade de algumas estatais, como os Correios.
Algumas estatais, como o Serpro e a Infraero, minimizaram os impactos negativos, argumentando que o déficit registrado não resulta em prejuízos definitivos, mas é relacionado ao uso de recursos próprios em investimentos. Além disso, tanto a Infraero quanto os Correios afirmaram que não precisarão de novos aportes do governo federal para cobrir seus déficits. Apesar disso, a situação fiscal dessas empresas continua a ser um ponto de preocupação para o governo, que já começou a revisar suas estratégias de investimento e gestão.