O ano de 1857 marca um marco fundamental na história das ideias religiosas, com a criação do termo “espiritismo” por Allan Kardec, que buscou estabelecer uma doutrina filosófica com base em uma abordagem cientificista. A partir dessa perspectiva, Kardec fundamentou uma doutrina que visava dialogar com diversas vertentes do pensamento humano, e seu trabalho sobre os fenômenos espirituais se conecta a estudos contemporâneos, como o de Émile Durkheim. Recentemente, a Revista Caminhos da PUC-GO dedicou um dossiê à temática dos espiritualismos, refletindo sobre essas influências e sua evolução.
Dentro do campo acadêmico, o professor Luiz Antônio Signates Freitas, conhecido por sua atuação tanto na comunicação quanto nas ciências da religião, defendeu uma tese focada na epistemologia da comunicação, abordando a fragmentação teórica dessa área. Sua pesquisa sugere uma metateoria das tensões comunicacionais, argumentando que o campo da comunicação é formado por diversas teorias que carecem de diálogo. Freitas se inspira no trabalho do pesquisador Ciro Marcondes Filho, destacando a importância de ampliar a interlocução com seu pensamento, ainda pouco reconhecido.
A interdisciplinaridade entre áreas como comunicação e epistemologia da literatura também se faz presente no trabalho de Freitas, que, assim como o teórico Roberto Acízelo de Souza, adota a metáfora do “arquipélago” para entender a configuração do saber. Esse olhar interdisciplinar é comparado ao conceito rizomático de Deleuze e Guattari, que explora a multiplicidade de conexões possíveis entre diferentes campos do conhecimento. A tese de Freitas foi altamente elogiada pela banca avaliadora e promete ser uma referência no estudo da comunicação no Brasil.