Especialistas em aviação têm levantado dúvidas sobre a versão inicial de que uma colisão com pássaros teria sido a única causa do desastre aéreo que matou 179 pessoas a bordo de um Boeing da Jeju Air, ocorrido no aeroporto de Muan, na Coreia do Sul. A teoria foi considerada logo após o acidente, quando relatos indicaram que a torre de controle havia alertado sobre aves na pista e o piloto teria mencionado o choque com pássaros antes de declarar emergência. Contudo, especialistas acreditam que fatores adicionais podem ter contribuído para a tragédia. A professora Sonya Brown, da Universidade de New South Wales, sugeriu que a colisão com pássaros, embora possível, não seria suficiente para causar o acidente, enquanto outros especialistas apontam falhas no procedimento de emergência, como a ausência de espuma na pista e o posicionamento inadequado de um muro no final da pista.
Outros pontos levantados questionam a decisão do piloto em realizar o pouso de forma apressada, sem tempo para procedimentos adequados, como o descarregamento de combustível para uma emergência segura. Hwang Ho-won, presidente da Associação Coreana para Segurança da Aviação, sugere que a pressa em aterrissar pode ter sido um erro humano, além da possível falha de ambos os motores, o que teria agravado a situação. A falta de tempo para os bombeiros se prepararem adequadamente também é vista como um fator que pode ter contribuído para a gravidade do acidente, que resultou em apenas duas pessoas sobrevivendo, sendo a maioria das vítimas sul-coreanas.
A investigação segue em estágio preliminar, e as autoridades ainda não confirmaram se os dois motores do avião falharam ou se houve outros fatores envolvidos. A caixa preta do avião foi recuperada, mas está danificada, o que pode dificultar a análise dos dados. De acordo com especialistas, a tragédia parece ter sido causada por uma combinação de falhas que tornaram o acidente mais grave do que o esperado para um caso envolvendo colisão com pássaros. A resposta das autoridades, até o momento, tem sido cautelosa para evitar conclusões precipitadas.