Especialistas de diversos setores participaram de uma audiência pública na Comissão de Minas e Energia para discutir as perspectivas da matriz energética brasileira até 2050. O foco do debate foi a necessidade de equilibrar a sustentabilidade ambiental com a segurança no abastecimento energético. Embora o Brasil mantenha uma matriz majoritariamente renovável, o país se destaca como um dos maiores emissores globais de gases do efeito estufa, em grande parte devido ao desmatamento e à produção de carne, que juntos representam cerca de 75% das emissões nacionais.
No cenário global, o setor energético é responsável por 75% das emissões de gases de efeito estufa, mas, no Brasil, a energia responde por apenas 18% das emissões totais, devido ao uso predominante de fontes renováveis. A representante da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) destacou que, apesar da matriz limpa, o setor precisa desenvolver resiliência para enfrentar os eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes. A segurança no fornecimento de energia e a capacidade das redes de absorver a crescente geração renovável são questões centrais para garantir a estabilidade do sistema.
O deputado General Pazuello mencionou que o avanço das tecnologias limpas, já visível na última década, deverá permitir ao Brasil aumentar a produção de energia com menores impactos ambientais. Segundo ele, o desenvolvimento contínuo de novas tecnologias é inevitável e impulsionará o crescimento das fontes renováveis no país. O debate mostrou um consenso sobre a importância de uma evolução tecnológica para manter a matriz energética brasileira competitiva, sustentável e resiliente até 2050.