O Escritório de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) enviará uma equipe à Síria na próxima semana, após a queda do regime de Bashar al-Assad. Segundo o porta-voz da ONU, Thameen Al-Kheetan, a presença da ONU na Síria foi limitada durante o governo de Assad, que impediu a entrada de representantes da organização por anos. Desde então, a ONU tem monitorado os abusos de direitos humanos remotamente. A missão tem como objetivo apoiar questões relacionadas aos direitos humanos e garantir que qualquer transição de poder no país ocorra dentro dos parâmetros do Direito Internacional.
O regime de Assad, que governou a Síria por mais de cinco décadas, foi derrubado em 8 de dezembro, após grupos rebeldes tomarem Damasco. Assad fugiu para a Rússia, onde recebeu asilo. O conflito sírio, que começou em 2011 com protestos pró-democracia, se transformou em uma guerra civil, com a participação de diversos atores internacionais. As forças rebeldes, o Estado Islâmico e a intervenção de países como a Rússia e os Estados Unidos tornaram a situação ainda mais complexa, resultando em um grande número de vítimas e deslocados.
Com o fim do regime de Assad, a ONU pretende estabelecer uma presença mais robusta no país, com uma equipe também investigando possíveis crimes cometidos por membros do governo anterior. A guerra civil síria, que deixou mais de 300 mil mortos e milhões de deslocados, continua a ser um dos maiores desafios humanitários da região, e a organização internacional busca garantir que a transição política no país respeite os direitos e a dignidade dos cidadãos sírios.