Uma pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CNM) revelou que 65,8% dos 2.895 municípios analisados enfrentam carência de vacinas essenciais do calendário nacional de imunização. Entre os imunizantes mais escassos, a vacina contra a catapora é a mais afetada, faltando em 52,4% das cidades pesquisadas, devido a uma escassez global de matéria-prima. O Ministério da Saúde afirmou ter adotado medidas para assegurar a distribuição e prevê solucionar o problema no primeiro semestre de 2025. Além disso, 25,4% das cidades relataram falta da vacina contra a covid-19 para adultos, em um contexto de aumento significativo de casos da doença em dezembro.
A pesquisa também apontou falta da vacina tríplice bacteriana, contra coqueluche, difteria e tétano, em 18% dos municípios, com impacto agravado pelo aumento de 2.000% nos casos de coqueluche em 2024, resultando em 17 mortes, a maioria em bebês. Outros imunizantes afetados incluem as vacinas contra meningite do sorogrupo C, febre amarela e a tetraviral. Apesar da insuficiência relatada, o Ministério da Saúde destacou possuir estoques para atender à demanda dos próximos meses, reforçando a transparência na distribuição por meio de um painel interativo de consultas.
Entre os estados mais afetados pela escassez estão Santa Catarina, Ceará, Espírito Santo e Minas Gerais. Em resposta, o Ministério da Saúde afirmou que ações como campanhas de multivacinação têm impulsionado a recuperação das taxas de cobertura vacinal desde 2023. No entanto, especialistas alertam que a continuidade da falta de imunizantes pode comprometer o combate a surtos e epidemias em várias regiões do país.