A erosão costeira e fluvial tem causado danos significativos no litoral de Sergipe, com destaque para o município de Estância, onde uma casa foi destruída pelo aumento da maré na Ponta do Saco. Estudos da Universidade Federal de Sergipe (UFS) apontam que 68 km do litoral sergipano enfrentam erosão intensa ou moderada, afetando tanto áreas urbanas quanto naturais. A erosão fluvial é provocada pela perda de sedimentos das margens dos rios, enquanto a erosão costeira ocorre devido ao desequilíbrio no fornecimento de sedimentos às praias, agravado por construções e ações humanas inadequadas.
Especialistas alertam que a ocupação desordenada de áreas costeiras, como a construção de imóveis e muros de contenção sem planejamento adequado, contribui para a intensificação da erosão. A região de Ponta do Saco, por exemplo, enfrenta o avanço das águas do mar e do Rio Piauí, com perdas de até 100 metros nos últimos anos. Além disso, a falta de preservação de vegetação como restingas, manguezais e matas ciliares também é citada como um fator crucial para a perda de equilíbrio ambiental e o agravamento do problema. A situação não é recente, mas resultado de décadas de falhas em práticas de gestão ambiental.
O governo estadual e municipal, por meio da Defesa Civil, monitora as áreas afetadas e orienta os moradores sobre os riscos da erosão. Entretanto, as soluções exigem ações de longo prazo e envolvem o estudo de alternativas que equilibram o impacto humano e as forças naturais. Entre as propostas de solução estão a proteção e recuperação das áreas sensíveis e a suspensão de construções em locais de risco. O enfrentamento da erosão costeira exige um olhar cuidadoso sobre a interação entre os rios, o mar e as atividades humanas na região.