O ciclone Chido causou uma tragédia em Mayotte, território ultramarino francês no Oceano Índico, onde centenas ou até milhares de pessoas podem ter perdido a vida. Com ventos superiores a 200 km/h, o ciclone devastou grande parte do arquipélago, destruindo casas, interrompendo os serviços de energia, telefone e água potável. As equipes de emergência estavam empenhadas em buscar sobreviventes e restabelecer a infraestrutura básica, mas com áreas ainda inacessíveis, a magnitude total dos danos e vítimas permanece desconhecida.
Moradores relatam cenários apocalípticos, com ruas cobertas por lama e destroços. Muitas pessoas estão abrigadas em escolas e se organizam para obter alimentos e água, com o uso de garrafas de água potável para cozinhar. As comunicações foram severamente afetadas, deixando muitas famílias sem notícias de seus entes queridos. Além disso, o principal hospital da capital, Mamoudzou, continua suas operações, enquanto clínicas de campo estão sendo montadas para apoiar os esforços de socorro.
Mayotte enfrenta condições de extrema vulnerabilidade, com mais de 75% de sua população vivendo em situação de pobreza. A renda média anual dos habitantes é significativamente mais baixa do que em outras regiões da França, o que agrava ainda mais a situação diante da catástrofe. O governo francês, em resposta ao desastre, anunciou que um contingente adicional de médicos seria enviado à ilha, enquanto o presidente Emmanuel Macron convocava uma reunião de emergência para coordenar os esforços de ajuda humanitária.