A endometriose é uma doença crônica que ocorre quando o tecido do endométrio, que normalmente reveste o útero, cresce fora dele, podendo afetar órgãos como ovários, trompas e até o intestino. A condição é frequentemente associada a sintomas dolorosos, como cólicas menstruais intensas, dor durante a relação sexual e dificuldades para engravidar. No entanto, muitos casos são diagnosticados tardiamente, o que dificulta o tratamento eficaz e aumenta os riscos de infertilidade. A demora no diagnóstico, que pode durar até dez anos, é um dos maiores desafios enfrentados pelas pacientes.
O tratamento da endometriose evoluiu significativamente nas últimas décadas, com a introdução de exames de imagem avançados, que diminuíram a necessidade de cirurgias invasivas, como a laparoscopia. Além disso, em muitos casos, é possível tratar a doença com medicamentos, sem necessidade de intervenção cirúrgica. Especialistas alertam para a importância do diagnóstico precoce, pois a doença tende a agravar-se com o tempo, o que pode levar a complicações mais graves, como a infertilidade, mesmo em formas leves da condição.
Fatores ambientais e sociais também desempenham um papel significativo no desenvolvimento da endometriose. A incidência da doença é maior em centros urbanos, onde o acesso a métodos contraceptivos e mudanças no estilo de vida, como o sedentarismo e o consumo de alimentos ultraprocessados, são mais comuns. Além disso, o adiamento da maternidade e o tabagismo também aumentam o risco de desenvolvimento da doença. Reconhecer e tratar esses fatores pode ser essencial para a prevenção e manejo adequado da endometriose, que impacta não só a saúde das mulheres, mas também sua qualidade de vida.