A Eletronuclear, responsável pela operação das usinas nucleares de Angra, e a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) assinaram um acordo inédito para a produção de Lutécio 177, um isótopo radioativo utilizado em tratamentos oncológicos. Essa substância é essencial para medicamentos e exames, como contrastes e reagentes, e atualmente precisa ser importada, o que eleva significativamente o custo do tratamento no Brasil. Com o acordo, as duas instituições vão conduzir estudos para avaliar a viabilidade da produção nacional do Lutécio 177, o que poderia reduzir custos e aumentar o acesso à terapia.
O Lutécio 177 não é fabricado no Brasil, sendo necessário importar o material, o que torna o preço elevado, com cada dose custando em média R$ 30 mil. A parceria entre Eletronuclear e a SBMN visa transformar esse cenário, permitindo a produção interna do radiofármaco e, assim, beneficiar a população brasileira, especialmente aqueles que enfrentam o câncer. Atualmente, menos de 1% dos brasileiros têm acesso a esse tipo de tratamento, o que torna a iniciativa ainda mais importante para ampliar o atendimento à saúde.
Se a proposta for aprovada, a produção do Lutécio 177 pela Eletronuclear não interferirá na operação das usinas nucleares de Angra e não gerará resíduos radioativos de longa duração. O projeto pode melhorar significativamente o acesso ao tratamento oncológico no país, sem sobrecarregar as instalações de geração de energia, promovendo um avanço significativo tanto nas áreas de saúde quanto de energia nuclear no Brasil.