O ex-jogador de futebol Mikheil Kavelashvili foi eleito presidente da Geórgia em um processo eleitoral que gerou intensas controvérsias e alegações de fraude. Kavelashvili, membro de um partido de ultradireita, tem se mostrado um crítico da União Europeia e favorável a uma aproximação com a Rússia, o que levanta preocupações sobre a mudança de orientação geopolítica do país. Sua vitória, com o apoio de 224 dos 225 membros do colégio eleitoral, foi contestada por observadores internacionais, que denunciaram manipulação e intimidação durante as eleições. A oposição, que rejeita os resultados, se recusa a participar do novo governo.
A decisão do governo de interromper o processo de adesão da Geórgia à União Europeia gerou um clima de descontentamento generalizado. Grande parte da população apoia a integração ao bloco europeu, e desde o anúncio da medida, manifestações em diversas cidades do país se tornaram frequentes. As autoridades, por sua vez, responderam com repressão, resultando em centenas de prisões e confrontos violentos com os manifestantes, embora a oposição questione os números oficiais sobre feridos e detidos.
Além das disputas eleitorais, Kavelashvili também lidera um movimento político que tem promovido legislações controversas, como a de agentes estrangeiros, vista por muitos como uma tentativa de restringir a liberdade de expressão e silenciar organizações não governamentais críticas ao governo. Este cenário tenso reflete uma polarização crescente no país, com a oposição clamando por uma revisão do processo eleitoral e convocando novas manifestações para contestar o resultado e pressionar por mudanças políticas significativas.