A desaceleração do IPCA para 0,39% em novembro, divulgada pelo IBGE, gerou preocupações entre analistas quanto à qualidade da inflação. Apesar do índice ter ficado próximo das projeções, houve um alerta sobre a pressão persistente dos preços de serviços e alimentos, como a carne e os serviços de alimentação e recreação, que contribuíram para a aceleração dos núcleos de serviços. Essa dinâmica inflacionária exige atenção especial, já que os custos mais altos podem dificultar o controle das expectativas de inflação.
Os economistas destacaram que, embora o IPCA tenha ficado dentro das estimativas, o impacto dos serviços no índice foi mais forte do que o esperado. A pressão sobre serviços de alimentação fora de casa e beleza, por exemplo, foi maior do que o previsto, o que levou à revisão para uma projeção de inflação de 4,8% para 2024. A composição da inflação foi considerada preocupante, especialmente porque reflete um mercado de trabalho ainda aquecido, o que pressiona os preços desses setores.
Com o IPCA em desaceleração, a taxa acumulada em 12 meses ficou ainda mais distante do teto da meta, o que coloca pressão sobre o Banco Central. Para a reunião do Copom, a expectativa é de uma alta de 0,75 ponto percentual na Selic, mas com o agravamento da situação inflacionária, analistas indicam uma probabilidade maior de um aumento de 1 ponto percentual. O Banco Central terá que monitorar atentamente a evolução da inflação nos próximos meses, com especial atenção à persistente pressão dos serviços e alimentos.