Christopher Garman, diretor-executivo da Eurasia Group, avalia que o principal risco à reeleição do presidente Lula está relacionado à economia e não à sua saúde. Apesar de um episódio recente em que Lula passou por uma cirurgia de emergência para drenar um hematoma, Garman considera prematuro afirmar que isso comprometerá a continuidade de seu mandato. O analista destaca que o presidente demonstrou boa lucidez e vigor em suas entrevistas pós-cirúrgicas, o que contrasta com as preocupações econômicas que o governo enfrenta.
O maior desafio para o governo Lula, segundo Garman, é a crise de confiança nas contas públicas. O país está lidando com uma situação fiscal delicada, em grande parte agravada pela falta de ações claras para cortar gastos e pela reforma da renda, que gerou apreensão sobre as finanças futuras. O cenário tem causado a depreciação do real, o aumento das expectativas de inflação e um cenário incerto para o Banco Central, que pode ser forçado a aumentar os juros para conter a crise.
Investidores, tanto nacionais quanto internacionais, indicam que é urgente que o governo apresente uma maior preocupação com as contas públicas. Garman sugere que isso poderia ser feito por meio de cortes de gastos ou reformas fiscais, mas aponta que essas medidas não parecem estar sendo priorizadas no governo atual. Para o ano de 2025, o analista prevê um ambiente econômico desafiador, com câmbio mais depreciado, juros mais altos e uma possível desaceleração do crescimento econômico.