Em abril de 2024, um incêndio na Pousada Garoa, localizada em Porto Alegre, resultou na morte de 11 pessoas. O local, que abrigava pessoas em situação de vulnerabilidade social, não possuía condições mínimas de segurança, como instalações elétricas adequadas e um Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) regularizado. A Polícia Civil indiciou o proprietário da pousada e dois servidores públicos da Prefeitura de Porto Alegre, apontando falhas graves tanto na gestão do local quanto nas vistorias feitas pela administração municipal. Embora os indiciados não tenham assumido o risco do resultado, foram considerados omissos e negligentes.
A investigação revelou que, apesar de o local operar com contratos renovados com a Prefeitura, a pousada apresentava uma série de irregularidades, como espaços com madeira velha e a falta de sistemas de segurança básicos. As vistorias realizadas pela Fundação de Assistência Social e Cidadania (FASC) não identificaram essas falhas. De acordo com o delegado responsável pelo caso, a negligência tanto do proprietário quanto dos servidores contribuiu para o desastre, que poderia ter sido evitado se as condições do imóvel fossem adequadas e as irregularidades reportadas.
O incêndio, que teve início na madrugada de 26 de abril, fez com que muitas vítimas tentassem escapar das chamas, algumas saltando de janelas. Os sobreviventes relataram momentos de pânico e desespero enquanto tentavam fugir. Além disso, o caso trouxe à tona denúncias de irregularidades em outras unidades da rede Garoa, que já haviam sido alvo de fiscalizações que, segundo ex-funcionários, eram previamente avisadas. A tragédia também expôs a falta de fiscalização rigorosa e a precariedade das condições dos locais destinados à hospedagem de pessoas vulneráveis.