A dominância fiscal é um conceito que preocupa profundamente economistas, pois pode resultar em sérios danos à economia de um país. No Brasil, a combinação de uma política fiscal expansiva e um Banco Central forçado a manter a taxa de juros elevada tem gerado um ciclo de endividamento crescente. Quando o governo aumenta seus gastos, a dívida pública cresce, e para controlar esse aumento, o Banco Central precisa subir os juros, elevando o custo do serviço da dívida.
Recentemente, o Banco Central do Brasil elevou a taxa Selic para 12,25% ao ano, o que já representa um custo adicional de R$ 50 bilhões anuais para o país. Essa elevação de juros, porém, não teve o efeito esperado sobre a valorização do real, e o dólar acabou se valorizando. Esse fenômeno ocorre porque a alta nos juros não consegue conter os efeitos da política fiscal expansionista, que segue ampliando a dívida pública e pressionando a inflação, formando uma espiral difícil de controlar.
O único caminho para evitar que esse ciclo se torne insustentável seria a implementação de um ajuste fiscal estrutural. Sem essa medida, a dívida continuará a crescer de forma acelerada, o que pode gerar uma crise de confiança e uma inflação ainda mais elevada, prejudicando o poder de compra e o crescimento econômico do país. A dominância fiscal, portanto, representa uma ameaça real à estabilidade econômica, exigindo reformas profundas para evitar uma deterioração econômica mais acentuada.