O dólar registrou a terceira queda consecutiva em relação ao real, fechando abaixo de R$ 6,00 pela primeira vez desde o final de novembro. Esse movimento de desvalorização da moeda americana foi impulsionado por sinais de que o governo brasileiro está avançando rapidamente com o pacote de medidas fiscais no Congresso, o que ajudou a aliviar o risco embutido na taxa de câmbio. A Câmara dos Deputados aprovou um requerimento de urgência para projetos importantes, incluindo a proposta de crescimento real do salário e ajustes fiscais, como limitação na compensação de créditos tributários.
A moeda americana perdeu força tanto no Brasil quanto no exterior, com o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a outras moedas fortes, recuando para menos de 106 pontos. A crise política na França e a desaceleração econômica nos Estados Unidos também contribuíram para a perda de força do dólar. No cenário americano, indicadores como a criação de empregos e pedidos de auxílio-desemprego mostram uma desaceleração gradual da atividade econômica, o que reforça a expectativa de mais cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve.
Embora a queda do dólar tenha aliviado o cenário cambial, a falta de confiança no quadro fiscal brasileiro ainda gera incertezas. Algumas instituições, como o Deutsche Bank, projetam que o dólar pode voltar a subir para R$ 6,10 até o final do ano, devido à falta de medidas fiscais mais concretas e à dificuldade do Banco Central em conter a desvalorização da moeda brasileira. O mercado continua atento às ações do governo e à evolução da economia global para avaliar a trajetória do câmbio nos próximos meses.