O dólar caiu pela terceira sessão consecutiva frente ao real, fechando nesta quinta-feira (5) próximo de romper o nível psicológico de R$ 6,00, algo que não ocorria desde novembro. A queda foi impulsionada por expectativas de celeridade no Congresso para aprovar medidas fiscais do governo e pela fraqueza da moeda americana no mercado global. Entre os projetos discutidos, estão o ajuste do salário mínimo e gatilhos fiscais que podem limitar gastos, incluindo bloqueio de emendas parlamentares.
Apesar da valorização do real, operadores mantêm ceticismo sobre os efeitos das propostas econômicas do governo, criticando a comunicação oficial ao anunciar medidas de contenção de gastos junto a promessas de isenção de Imposto de Renda para rendas de até R$ 5 mil. O dólar chegou a ser negociado a R$ 5,9608 pela manhã, mas moderou sua queda e encerrou o dia cotado a R$ 6,0097, acumulando alta semanal de 0,14%. Internacionalmente, o índice DXY, que mede o dólar frente a seis moedas fortes, também recuou, refletindo o fortalecimento do euro após mudanças políticas na França e dados econômicos que reforçam a perspectiva de novos cortes de juros pelo Federal Reserve.
Analistas permanecem preocupados com o cenário fiscal brasileiro e revisam suas projeções para o câmbio. O Deutsche Bank, por exemplo, projeta o dólar a R$ 6,10 no final do ano, citando a falta de medidas econômicas robustas por parte do governo e a dificuldade do Banco Central em estabilizar o real. Apesar das quedas recentes, o mercado segue atento ao impacto das políticas internas e ao comportamento do dólar no exterior.