Após uma sequência de altas sucessivas, o dólar fechou em queda de 2,27% no dia 19 de outubro, cotado a R$ 6,12, após atingir recordes históricos e valorizar 5,2% frente ao real. A queda foi desencadeada por uma intervenção significativa do Banco Central (BC), que vendeu US$ 3 bilhões logo pela manhã e, após uma nova alta da moeda americana, injetou mais US$ 5 bilhões em um leilão de venda. Esse movimento marcou o maior valor em leilão desde a adoção do regime de câmbio flutuante, evidenciando a intensa atuação do BC no mercado cambial.
No entanto, o efeito das ações do BC não resolve a situação por completo, conforme analisado por economistas. A instabilidade cambial reflete a falta de confiança do mercado em relação ao pacote fiscal do governo e a ausência de uma coordenação efetiva de expectativas em um cenário global desafiador. Para tentar mitigar essa instabilidade, o presidente da Câmara, Arthur Lira, afirmou que os projetos de corte de gastos seriam votados ainda no dia 19, o que ajudou a reduzir o estresse do mercado.
Além da intervenção no câmbio, o Tesouro Nacional também desempenhou um papel importante ao recomprar títulos públicos, o que foi visto como um sinal de coordenação de políticas monetária e fiscal. Com essas ações, a Bolsa de Valores registrou uma leve recuperação, com o índice Ibovespa fechando em alta de 0,34%, após uma queda acentuada no dia anterior. Apesar disso, o mercado continua apresentando resultados negativos no curto prazo, com quedas acumuladas tanto no mês quanto na semana.