Nos últimos dias, o dólar registrou uma forte alta, gerando incertezas entre os investidores sobre as perspectivas cambiais para os próximos meses. Esse movimento foi impulsionado principalmente por fatores domésticos, como o anúncio do novo pacote fiscal do governo brasileiro, e por aspectos internacionais, especialmente os dados econômicos dos Estados Unidos e as expectativas em relação às políticas protecionistas de Donald Trump. Especialistas apontam que, no curto e médio prazo, a cotação da moeda americana pode se manter acima dos R$ 6 devido a uma série de fatores internos e externos.
A análise dos economistas sugere que, no cenário global, o fortalecimento do dólar se deve, em parte, à proximidade da posse do novo governo dos EUA, o que aumenta as expectativas de uma política econômica mais protecionista. Isso deve impactar diretamente países emergentes como o Brasil e o México, que podem sofrer com eventuais tarifas e medidas econômicas adotadas pelo governo norte-americano. No Brasil, a falta de clareza no novo pacote fiscal também tem contribuído para a instabilidade no mercado, elevando o risco-país e, consequentemente, pressionando o valor do real.
No entanto, a expectativa para o câmbio no médio prazo permanece de alguma pressão sobre o dólar, mas sem grandes valorizações. A continuidade da incerteza sobre as reformas fiscais e o cenário externo devem manter o dólar entre R$ 5,90 e R$ 6,10 ao longo de 2025. Além disso, a expectativa de juros elevados no Brasil, enquanto os EUA podem manter ou reduzir suas taxas, favorece a valorização do dólar frente ao real, conforme a dinâmica de arbitragem entre as economias.