Em 2024, o dólar teve uma valorização de 27,34% em relação ao real, o maior aumento desde 2020, quando a moeda americana subiu 28,9% devido à pandemia de Covid-19. No contexto internacional, o real foi uma das moedas mais desvalorizadas, superando apenas o peso argentino. Para conter essa alta, o Banco Central do Brasil interveio no mercado cambial com ações significativas, injetando US$ 32,5 bilhões, sendo a maior oferta de recursos desde a adoção do regime de câmbio flutuante em 1999. Essas intervenções ocorreram em meio a um cenário de incertezas econômicas geradas por novas medidas fiscais do governo, que geraram preocupações no mercado.
A instabilidade econômica também afetou o mercado de ações, com o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, registrando queda de 10,36% ao final do ano. Após alcançar recordes históricos em 2023 e em agosto de 2024, o índice perdeu força e fechou o ano aos 120.283 pontos, seu pior desempenho desde 2021, quando a pandemia também gerou forte volatilidade. Esse declínio foi impulsionado pela combinação da alta do dólar, pressões inflacionárias e o aumento da taxa de juros (Selic) pelo Banco Central, que dificultaram o cenário econômico.
O ministro da Fazenda considerou as intervenções do Banco Central corretas, destacando que elas foram essenciais para dar liquidez ao mercado durante um período de tensão. Embora a valorização do dólar tenha impactado negativamente a economia brasileira, Haddad afirmou que as ações do BC foram fundamentais para estabilizar o mercado enquanto os investidores digeriam as novas medidas fiscais, especialmente a isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil. A situação reflete uma busca por equilíbrio em um ambiente de incertezas econômicas internas e externas.