Em um dia de volatilidade nos mercados interno e externo, o dólar comercial registrou uma forte alta e alcançou o seu maior valor nominal desde a criação do Plano Real. A moeda norte-americana encerrou a sexta-feira (6) cotada a R$ 6,071, com um aumento de 1% no valor, após inicialmente operar em baixa. O crescimento do dólar foi impulsionado por dados positivos sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos, que surpreenderam os analistas ao mostrar a criação de 227 mil postos de trabalho em novembro, superando as expectativas.
A Bolsa de Valores também enfrentou um dia negativo, com o índice Ibovespa recuando 1,5%, fechando abaixo dos 126 mil pontos. Apesar de uma leve queda inicial, o índice sofreu um tombo após a divulgação dos números de emprego dos EUA, que indicaram uma recuperação econômica. Esse cenário global reforçou as expectativas de que o Federal Reserve não reduzirá os juros em sua próxima reunião, o que gerou um efeito negativo nos mercados emergentes, como o brasileiro.
Além do impacto externo, o mercado brasileiro continuou pressionado pelas incertezas em torno das propostas de corte de gastos encaminhadas pelo governo. A possibilidade de mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC) gerou apreensão entre os investidores, que temem que o Congresso desidrate as medidas, prejudicando as finanças públicas e criando um ambiente de maior instabilidade econômica. Em 2024, o dólar já acumula uma valorização de 25,1%, refletindo as tensões internas e externas.