Na quarta-feira (18), o dólar alcançou a maior cotação histórica, fechando a R$ 6,26, após registrar alta de 2,82%. Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, teve queda de 3,15%, refletindo as tensões no mercado financeiro. Os investidores continuam monitorando o cenário fiscal brasileiro, especialmente com o andamento de um pacote de corte de gastos proposto pelo governo federal. O Banco Central, em uma tentativa de conter a alta do dólar, realizou um leilão de venda de moeda, mas os impactos da situação fiscal ainda são uma preocupação central para o mercado.
O pacote de corte de gastos, que visa economizar R$ 70 bilhões nos próximos dois anos e R$ 375 bilhões até 2030, foi aprovado parcialmente na Câmara dos Deputados, mas sofreu modificações que reduziram seu impacto potencial. Medidas importantes, como a contenção de despesas com benefícios e salários, foram amenizadas, o que gerou incertezas sobre a eficácia do projeto em equilibrar as contas públicas. A expectativa de que o governo realizasse cortes estruturais em áreas como previdência e educação não se concretizou, o que agravou a percepção de que os esforços para controlar o déficit público podem não ser suficientes.
No âmbito internacional, a decisão do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos de reduzir os juros em 0,25 ponto percentual teve repercussões nos mercados financeiros. O corte, em linha com as expectativas, sinaliza uma possível suavização das condições monetárias, o que pode afetar o fluxo de investimentos globais. Contudo, as incertezas quanto ao impacto das políticas econômicas do governo norte-americano, especialmente com a eleição de Donald Trump, continuam a preocupar os mercados, incluindo o brasileiro. A situação fiscal doméstica e a dinâmica externa continuam sendo fatores determinantes para os movimentos do dólar e os rumos da economia brasileira.