Após três pregões consecutivos de queda, o dólar voltou a subir no mercado brasileiro na sexta-feira, 6, e alcançou um novo recorde histórico de fechamento. O aumento da moeda americana é atribuído a uma combinação de fatores locais e internacionais. No Brasil, as incertezas fiscais, especialmente com receios sobre a desidratação do pacote de contenção de gastos do governo no Congresso, pressionaram o real. Globalmente, a valorização do dólar foi impulsionada pela queda de commodities, como petróleo e minério de ferro, e pela força da moeda americana frente a outras divisas, como o euro.
Além disso, dados mistos sobre o emprego nos Estados Unidos e o aumento da confiança do consumidor contribuíram para uma revisão nas expectativas do mercado sobre a política monetária do Federal Reserve. Apesar das apostas em novos cortes na taxa de juros americana, o sentimento é de que há menos espaço para afrouxamento monetário em 2025. No Brasil, o dólar fechou a semana com uma alta de 1,16%, acumulando uma valorização de 25,54% no ano. O índice DXY, que mede a força do dólar frente a uma cesta de moedas fortes, também registrou ganhos, especialmente frente ao euro.
No cenário doméstico, o mercado financeiro está atento à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) prevista para a próxima quarta-feira, 11. Existe uma expectativa de que o Banco Central aumente a taxa Selic em 100 pontos-base para tentar controlar a inflação, especialmente em um cenário de maior incerteza fiscal. Resistências no Congresso, especialmente em relação a mudanças em programas sociais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), podem enfraquecer o pacote de ajuste fiscal, o que tem impacto negativo no real e em outros ativos domésticos.