O dólar comercial encerrou o dia 30 de dezembro de 2024 cotado a R$ 6,1797, apresentando uma leve queda de 0,22%. No entanto, a moeda americana acumulou uma alta de 27,35% ao longo do ano, a maior desde 2020. Esse aumento é influenciado por uma combinação de fatores externos, como os conflitos internacionais e a política monetária dos Estados Unidos, e internos, como as incertezas fiscais e a gestão das contas públicas brasileiras. A desvalorização do real, que perdeu 21,47% frente ao dólar, é um reflexo de um cenário global desfavorável, com o peso mexicano também enfrentando perdas significativas.
Em resposta à instabilidade cambial, o Banco Central do Brasil realizou a 14ª intervenção no mercado de câmbio em dezembro, com a injeção de US$ 1,8 bilhão para tentar controlar a volatilidade da moeda nacional. Contudo, a desvalorização do real foi mais acentuada do que a de outras moedas, como o rublo russo, que teve uma queda de 17,08% frente ao dólar. A instabilidade política e a falta de investimentos no Brasil têm gerado receios entre os investidores, intensificando a sensação de incerteza no mercado.
No campo fiscal, o Brasil enfrenta um cenário desafiador, com o déficit primário das contas públicas alcançando 1,65% do PIB nos últimos 12 meses. A dívida líquida do setor público teve uma leve queda, situando-se em 61,2% do PIB. Apesar disso, o boletim Focus, que reúne as expectativas do mercado, prevê uma cotação do dólar em torno de R$ 5,96 até o final de 2025, o que reflete um cenário de precaução entre os investidores diante das dificuldades fiscais e econômicas.