Dois jornalistas que trabalhavam para veículos de mídia curdos na Turquia foram mortos no norte da Síria após seu veículo ser supostamente atacado por um drone turco. O incidente ocorreu próximo à Represa Tishrin, a cerca de 90 km a leste de Aleppo, enquanto os jornalistas cobriam combates entre forças turcas e uma milícia curda síria. A morte de Nazim Dastan e Cihan Bilgin gerou reações de condenação de vários grupos, incluindo partidos curdos e defensores dos direitos humanos, que classificaram o ataque como um crime contra a humanidade.
A Turquia considera a milícia curda que integra as Forças Democráticas Sírias (SDF) como uma extensão do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), grupo que mantém um longo histórico de conflito com o governo turco. As autoridades curdas e os jornalistas mortos eram conhecidos por sua cobertura aprofundada dos conflitos na Síria, especialmente em relação a questões curdas e o avanço do Estado Islâmico. Em resposta ao ataque, a copresidente de um partido curdo turco exigiu uma investigação imediata, solicitando ao governo turco que garanta a proteção à imprensa.
O conflito sírio continua a ser marcado por uma complexa rede de alianças e confrontos, com a presença de múltiplos atores internacionais, incluindo os Estados Unidos, Rússia, Irã e Turquia. Desde o início da guerra civil em 2011, a Síria tem enfrentado uma crise humanitária devastadora, com mais de 300 mil mortos e milhões de deslocados. Enquanto a situação interna no país continua volátil, a morte dos jornalistas acrescenta um novo capítulo à difícil realidade da cobertura jornalística em regiões de conflito.