A Operação Tempus Veritatis, conduzida pela Polícia Federal, encontrou um documento importante na sede do Partido Liberal (PL) em Brasília, que detalha estratégias sobre a participação política das Forças Armadas no Brasil. No computador do assessor de um general, foi apreendida uma apresentação que discutia o papel crescente dos militares na política, defendendo uma maior influência nos processos de decisão nacionais e criticando a marginalização das Forças Armadas após o período da ditadura. O arquivo sugere que os militares têm o direito de intervir nas decisões políticas para evitar um “vácuo de poder”.
A apresentação, datada de junho de 2022, critica a percepção de que os militares devem se afastar das questões políticas e destaca a comparação entre diferentes gestões presidenciais, com um foco especial na administração anterior. Defende que a participação militar é fundamental para garantir a continuidade de influências nas decisões do país, além de sugerir que os militares poderiam buscar cargos políticos diretamente. Esse material foi considerado como uma tentativa de mobilizar outros membros das Forças Armadas a entrar na arena política e buscar cargos de liderança.
O documento também faz críticas ao Poder Judiciário, incluindo o Supremo Tribunal Federal, e sugere que a participação militar na política é uma maneira de combater um suposto ativismo judicial. A investigação da PF levanta preocupações sobre o impacto dessas ideias na estrutura política e militar brasileira, especialmente com a tramitação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa proibir a participação de militares ativos na política. A apresentação foi enviada ao STF e a Polícia Federal continua apurando as possíveis implicações de sua disseminação.