Em fevereiro, a Polícia Federal (PF) apreendeu um documento durante a Operação Tempus Veritatis, que reforçou suspeitas sobre a participação de um ex-assessor da Presidência em um suposto golpe de Estado. O arquivo, um rascunho de discurso, foi preparado com a intenção de ser lido após a derrota eleitoral de 2022, e nele constam acusações de fraude nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral, além de sugerir que a eleição foi manipulada. Segundo a PF, o documento deveria ser usado para incitar a ideia de que o sistema eleitoral foi ilegítimo, com a alegação de uma conspiração envolvendo a mídia e os poderosos contra a vitória do candidato derrotado.
Os metadados do arquivo indicam que o ex-assessor foi o responsável pela redação do discurso. A PF também encontrou o documento em um HD apreendido na residência de outro ex-assessor próximo ao ex-presidente, apontado como um dos principais envolvidos no que ficou conhecido como “gabinete do ódio”. Além do rascunho, investigações indicam que o ex-assessor teria ajudado a elaborar um plano jurídico para contestar os resultados das eleições e pedir a prisão de um ministro do Supremo Tribunal Federal. Ele está entre os 37 indiciados pela PF por envolvimento em organização criminosa e tentativa de subverter a ordem democrática.
A defesa do ex-assessor nega as acusações e considera o indiciamento como infundado e baseado em especulações. Afirmam que o processo é uma tentativa de manipulação política e defendem que o cliente será inocentado, alegando que as evidências apresentadas são frágeis e contraditórias. A defesa também questiona a validade das provas usadas para sustentar o indiciamento, destacando que a prisão do ex-assessor foi mantida por meses com base em acusações sem comprovação concreta.