Os bancos dos Estados Unidos estão enfrentando um aumento significativo no cancelamento de dívidas de cartões de crédito, atingindo o nível mais alto desde 2010, o que pode ser um reflexo de dificuldades econômicas. Em 2024, o valor total das dívidas canceladas nos primeiros três trimestres foi de US$ 45,7 bilhões, representando um aumento de 46% em relação ao mesmo período do ano anterior. Essa elevação nas perdas ocorre enquanto os consumidores lidam com a inflação persistente e as altas taxas de juros, o que está dificultando o pagamento das dívidas.
Apesar de uma leve melhora na taxa de inadimplência, que caiu de 9,1% para 8,8% no segundo trimestre, os dados revelam que as famílias continuam a enfrentar dificuldades financeiras. O Federal Reserve aponta que, embora a renda das famílias tenha superado o crescimento da dívida, o aumento nos saldos de cartões de crédito, que alcançaram US$ 1,17 trilhões, mostra que muitos consumidores ainda estão se endividando. O aumento das taxas de juros pelo Fed, que impacta diretamente as condições de crédito, tem sido uma das principais razões para o estresse financeiro.
Esse cenário reflete um desajuste entre o crescimento econômico, que apresenta indicadores positivos como o aumento do PIB e da geração de empregos, e a realidade de um endividamento crescente. A inflação, embora tenha diminuído, ainda está em patamares elevados em comparação com os níveis pré-pandemia. Além disso, o impacto das políticas econômicas, como tarifas e restrições ao comércio, pode manter os preços altos, colocando mais pressão sobre as finanças dos consumidores e dificultando a recuperação do crédito no curto prazo.