O diretor de futebol do Flamengo, José Boto, defendeu um retorno às raízes do futebol brasileiro, destacando que a tentativa de replicar modelos europeus na formação de jogadores tem prejudicado o desenvolvimento de talentos no país. Em entrevista coletiva, ele afirmou que o Brasil precisa redescobrir suas características únicas, permitindo que os jovens jogadores experimentem e aprendam de forma livre, sem a imposição rígida de sistemas táticos desde cedo.
Boto ressaltou que o Brasil sempre foi um dos maiores produtores de grandes talentos no futebol mundial, como Romário, Ronaldinho e Zico, mas que, ao adotar práticas europeias, perdeu parte de sua essência. Para ele, o rigor tático, adequado ao futebol profissional, não deveria ser aplicado às categorias de base, pois inibe a criatividade e a capacidade de improvisação dos jovens atletas, que são marcas registradas do futebol brasileiro.
O dirigente enfatizou a necessidade de reverter essas mudanças, resgatando métodos de formação mais alinhados à tradição do país. Segundo ele, o Brasil produzia talentos com excelência até algumas décadas atrás e deve abandonar o modelo importado para voltar a ser referência mundial. Ele concluiu defendendo uma abordagem mais orgânica e menos rígida no desenvolvimento de jovens jogadores, essencial para revitalizar o legado do futebol brasileiro.