Diplomatas de Estados Unidos, União Europeia, Turquia e países árabes se reuniram na Jordânia para discutir a transição política na Síria, após a saída do presidente Bashar al-Assad. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, anunciou que o grupo chegou a um consenso sobre a necessidade de um novo governo que respeite os direitos das minorias, seja inclusivo e representativo, e não sirva como abrigo para grupos terroristas. O encontro, que aconteceu em Aqaba, excluiu a presença da Rússia e do Irã, aliados anteriores de Assad, e envolveu também representantes de países como a Arábia Saudita, Jordânia e Turquia, entre outros.
Durante as conversas, foi destacada a importância de evitar a divisão sectária na Síria e de garantir uma transição política pacífica. Os diplomatas árabes, que se reuniram separadamente, também pediram que a Turquia apoie esse processo, dada sua influência na região. No entanto, as tensões entre Turquia e Estados Unidos sobre os grupos rebeldes no norte da Síria ainda são um ponto de divergência, especialmente com relação às Forças Democráticas Sírias (FDS), lideradas pelos curdos, que possuem um papel estratégico no combate ao Estado Islâmico. Blinken e outros representantes destacaram a necessidade de garantir que o combate ao EI não seja prejudicado por essas disputas.
Além disso, Blinken mencionou que os EUA agora mantêm contatos diretos com o grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS) e enfatizou a importância de colaborar para localizar o jornalista norte-americano Austin Tice, preso na Síria desde 2012. A reunião refletiu um esforço para fortalecer a cooperação internacional e garantir apoio à transição síria, enquanto se tenta minimizar os riscos de uma nova escalada de violência ou fragmentação no país.